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terça-feira, 9 de março de 2010

08 de Março: Podemos comemorar?

Dia internacional da Mulher. Poderíamos comemorar as conquistas das mulheres nos espaços de poder e decisão política, as chefes de estado, as chefes de família, as guerreiras que matam um leão por dia para sustentar e preservar sua família. Mas é impossível. A cada 15 segundos uma mulher sofre algum tipo de violência neste país. Parte dessa realidade, apontada na pesquisa da Fundação Perseu Abramo (2006), é possível perceber nos veículos de comunicação da Bahia.

Um levantamento realizado pelo Instituto Mídia Étnica em parceria com o CEAFRO nos três principais jornais impressos do estado, de 01 de janeiro de 2009 a 20 de fevereiro de 2010, revelou cerca de 1200 notícias publicadas de violência contra a mulher: física e psicológica, discriminação no mercado de trabalho e assédio moral. Destas, 192 sofreram agressões de seus companheiros. Estas mulheres do noticiário - e milhões de outras não noticiadas - estão à mercê da crueldade de homens que violam seu corpo, sua alma, ferem sua carne, tiram-lhe a dignidade, a vida. São espancadas, agredidas verbal e psicologicamente, estupradas, ameaçadas, exploradas sexualmente. São assassinadas.

A falta de atendimento médico que faz mulheres parirem na rua e morrerem na fila do hospital; a discriminação que sofre pelo trabalho que tem; a hostilização da qual é alvo pela forma de se vestir ou dançar; a criminalidade a qual é atribuída na decisão do aborto; a agressão à seus filhos e filhas também são violências cometidas pelo Estado e pela sociedade que estão documentadas nos jornais todos os dias. Basta ler este impresso, ou ligar a televisão por 15 minutos, ou acessar qualquer site de notícias. Ainda assim, muitos casos não têm a repercussão merecida.

8 de março é o dia de utilizar a “atenção” que nos é dada para denunciar o que o machismo, o sexismo e a lesbofobia faz conosco e exigir o devido respeito ao nosso corpo e intelecto, assim como fizeram as mulheres na Vigília das Águas e na iniciativa do Março Mulher. No restante do ano, ainda que poucos se lembrem, continuaremos na nossa batalha, um dia de cada vez.

Ivana Dorali, Jornalista. Graduanda em Direito. Coordenadora de Jornalismo e Conteúdo do Instituto Mídia Étnica.

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