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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Consciência Pan-Africanista

A história negra contra a dominação branca em todo o mundo sempre trilhou por dois caminhos. Ou o caminho da integração do povo negro na sociedade dominante (branca), ou o caminho pela libertação do povo negro desta sociedade (autodeterminação racial). Este último caminho é o que caracteriza elementarmente a história do internacionalismo negro, ou, em outras palavras, do pan-africanismo.
No Brasil, as ações racistas da elite branca sempre foram de controlar a nossa comunidade, tanto fisicamente (através do extermínio e da miscigenação compulsória), quanto ideologicamente. Assim, é que as ideologias libertárias do povo preto, oriundas do movimento pan-africanista, sempre foram controladas pelos brancos para não permearem solo brasileiro e influenciarem diretamente a luta do povo preto, visto que aqui existe uma imensa maioria de pessoas de origem africana, podendo assim incentivar estas a uma tomada de posição ideológica e política com vistas à concretização de um estado nacional negro.A ação racista dos brancos, através do poder de controle ideológico, chegou influenciar significativamente os rumos ideológicos do movimento negro aqui no Brasil, sendo que a nossa referência de luta, em uma intensidade extraordinária, devida em parte a manipulação branca, está no movimento integracionista negro oriundo da história dos “Direitos Civis” dos irmãos e irmãs nos Estados Unidos, sendo raras as organizações e militantes que compreendem a questão racial de forma diferente. O controle ideológico por parte dos racistas não permitiu a difusão maciça, no seio afro-“brasileiro”, do outro lado ideológico da nossa luta internacionalista.

Por isso, as ideologias da autodeterminação consciente (libertação negra), da auto-gestão negra (a comunidade negra fazendo por ela mesma e criando suas instituições sociais), do internacionalismo negro (solidariedade e unidade negra mundial) e do Poder Negro, surgidas no seio do movimento negro contemporâneo, sempre foram boicotadas.Por conseqüência desse boicote ideológico patrocinado pelos racistas, e pela sua investida em direcionar ideologicamente nossa gente pelo caminho da submissão, acredito que o(s) movimento(s) negro(s) no Brasil, no geral, só trilha por um caminho: o da legitimação do Poder Branco e da consolidação do sistema branco de exploração do homem pelo homem.

A reprodução dos discursos de uma democracia anti-revolucionária, de concepção branco-dominante e burguês-exploratória, no nosso meio, é um elemento alienante das nossas lideranças e organizações, que acreditam ingenuamente que só por uma interpelação moral aos “donos do poder” iremos modificar as estruturas básicas das relações humanas da sociedade capitalista, criando uma sociedade justa e equilibrada.Esse discurso de “busca por uma democracia perfeita”, onde todos os grupos sociais teriam oportunidade na sociedade e no poder estabelecido, que se abate sobre toda comunidade, nada mais é do que uma nova ideologia de dominação para alienar e sufocar os movimentos subversivos, pois as pessoas estão cerceadas pela ideologia de que vivemos numa sociedade democrática onde as leis e o estado garantirão o bem comum.

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